Mulheres

Ao longo de sua história, apenas sete mulheres foram eleitas vereadoras em Florianópolis e outras seis assumiram como suplentes. Eu fui uma delas e durante três meses pude perceber como este espaço de poder é estruturado para nos afastar da política. A barreiras que precisei vencer na Câmara, são as mesmas que milhares de mulheres enfrentam diariamente em nossa cidade. A violência sofrida pelas mulheres era um silência ensurdecedor na nossa cidade, entretanto, essa iremos agir de forma contundente para acabar combater essa triste realidade. O projeto Dossiê da Mulher Florianopolitana, que aprovamos da Câmara e que virou Lei, irá oferecer um raio-x da situação da violência na nossa cidade e assim, poderemos desenvolver as políticas públicas necessárias para combater esse tipo de crime.

Outro ponto fundamental que terá a nossa atenção na Câmara Municipal de Florianópolis é a promoção de emprego e renda para as mulheres, da nossa cidade. Precisamos estimular a independência financeira das mulheres como um instrumento de combate à violência, permitindo que as vítimas possam se libertar de seus agressores e conquistar uma nova perspectiva de vida com novas oportunidades. Neste cenário, além de propostas ligadas à agroecologia e a maior inserção da mulher na área tecnológica da nossa cidade, vamos estimular também a produção de bioabsorventes em cooperativas de mulheres. A produção seria comprada pela prefeitura e distribuída na rede pública de ensino e nas associações de moradores.

A saúde da mulher também será nossa prioridade, afinal, a ausência de dados municipais sobre mortes evitáveis e sobre as doenças mais comuns que afetam as mulheres na nossa cidade, provam que essa área tem sido negligenciada e que as políticas municipais não são estratégicas e não consideram as particularidades da nossa população. Vamos lutar pela melhoria das políticas públicas de saúde às mulheres de Florianópolis, com atenção especial no combate ao câncer de mama e colo do útero, além da nossa luta histórica em defesa do aborto legal e de um tratamento digno às mulheres que precisem recorrer a este procedimento.

Confira nossas propostas para as mulheres em Florianópolis:

1 – Ações de combate à violência contra a mulher

Após a aprovação do Dossiê Mulher Florianopolitana, projeto de nossa autoria que resultará na divulgação de dados sobre a violência contra a mulher em Florianópolis, concentraremos nossos esforços para propor e cobrar do Executivo municipal, ações práticas para intensificar o combate à violência:

  • Regulamentação da lei para que a coleta de dados seja padronizada, bem como a forma como esses dados serão apresentados à sociedade;
  • Em seguida, será feita a CRIAÇÃO DE UMA COMISSÃO para estruturar a metodologia de elaboração do Dossiê. Está comissão deve ser composta pelo Conselho Municipal de Política para Mulheres, entidades da sociedade civil interessadas, núcleos de pesquisa e estudos;
  • Promover a conscientização nos bairros onde houver a maior incidência de casos. Iremos propor a inclusão deste debate nas escolas do nosso município, bem como exigir que os instrumentos de amparo e proteção às vítimas – como o CREMVI, CRAS, CREAS sejam fortalecidos e de fato atendam às demandas;
  • É indispensável defender o fortalecimento e ampliação da casa de passagem de Mulheres Vítimas de Violência.

2 – Autonomia financeira às mulheres

A independência financeira das mulheres contribui para a sua emancipação social, bem como reduz a dependência da mulher em relação ao homem nas despesas domésticas, o que muitas vezes é utilizado como instrumento de violência simbólica e de dominação. Nesse sentido, vamos propor a criação de dispositivos que reservem um percentual mínimo de recursos ou vagas para ações de empreendedorismo e fomento ao associativismo na cidade. Seja na área cultural, econômica, social ou qualquer outra iniciativa municipal que propicie o desenvolvimento econômico em Florianópolis:

  • Associativismo ambiental e economia solidária na produção de alimentos orgânicos que podem abastecer as escolas da rede pública municipal e combater a insegurança alimentar na nossa cidade;
  • Reserva de barracas para produções de mulheres nas feiras livres municipais, oportunizando a geração de emprego e renda para essas mulheres;
  • Incentivo às associações ou cooperativas de mulheres na produção de bioabsorvente para ser distribuído nas escolas e associação de moradores, combatendo assim a pobreza menstrual das mulheres de baixa renda.

3 – Saúde da mulher em primeiro lugar

As mulheres ocupam um papel social histórico na proteção da família e no cuidado com os filhos. Contudo, sua própria saúde é sempre colocada em segundo plano. Queremos mudar essa realidade em Florianópolis, exigindo que o poder público municipal desenvolva mecanismo para a realização de exames periódicos preventivos às principais doenças que acometem as mulheres. Queremos propor na Câmara municipal, as políticas públicas voltadas ao cuidado à saúde das mulheres, bem como, garantir esse atendimento na rede pública de saúde, principalmente às mulheres de baixa renda, seja realizado de maneira digna e efetiva:

  • Acabar com filas para exames de mamografia;
  • Propor campanhas de educação para a saúde e prevenção às doenças que afetam as mulheres e todos os métodos disponíveis de prevenção e contracepção, bem como Fortalecer as ações que garantam os exercícios dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, como a fiscalização da aplicação da Lei do Aborto (Lei nº 10.338, de 15 de março de 2018) e o apoio ao projeto ja em curso sobre a implementação da Casa de Parto.