Somado ao desemprego e à queda na renda da população, a redução dos benefícios faz o Brasil enfrentar uma das piores crises de sua história.
Em mais uma demonstração do fracasso de seu governo e insensibilidade frente o sofrimento da população, Bolsonaro acabou com o Bolsa Família, lançou um novo programa social que desconsidera o avanço da fome no Brasil e reduz em mais de 180 mil o número de pessoas beneficiadas apenas na região da Grande Florianópolis. Chamado de Auxílio Brasil, o programa alcança apenas 11,67% da população que recebeu o Auxílio Emergencial durante a pandemia de Covid-19. Em meio à tragédia social e a crise sanitária provocada pela condução criminosa e irresponsável do governo Bolsonaro, que resultou na morte de mais de 612 mil brasileiros, segundo dados do IBGE, a renda média dos trabalhadores caiu 10,2% entre agosto de 2020 e agosto de 2021.
Considerando que o índice de desemprego atingiu 13,2% no trimestre entre junho e agosto (IBGE) e a inflação acumulada nos últimos 12 meses alcançou 10,67% (IBGE), a exclusão de mais de 180 mil pessoas do novo programa social do governo resultará num agravamento da situação da fome e da insegurança alimentar na região metropolitana da capital catarinense. De acordo com a vereadora Carla Ayres (PT), o Brasil vive hoje uma das piores crises de sua história. “Quem anda pelas ruas das nossas cidades vê o tamanho da tragédia humanitária que estamos enfrentando. Há muito tempo não víamos crianças pedindo dinheiro nas sinaleiras, não víamos pessoas revirando o lixo para buscar alimento. Não há como negar os fatos e fechar os olhos para todo esse sofrimento”, pontuou a vereadora.
Carla Ayres destaca ainda a gravidade da situação numa região do país que sempre se destacou pelos índices de crescimento, desenvolvimento e qualidade de vida. “É notório o crescimento da extrema pobreza na região da Grande Florianópolis e em Santa Catarina como um todo. A gente vai no mercado e vê que cada vez mais as pessoas estão colocando menos alimentos no carrinho. Famílias que não estão em situação de rua, têm buscado ajuda para ter o que comer. A situação da fome tem se agravado rapidamente e essas pessoas precisam ser amparadas, precisam ter a sua dignidade garantida, porque a fome não pode ser considerada normal no país que é o terceiro maior produtor de alimentos no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO)”.
Apenas em Florianópolis, 77.495 pessoas que receberam o auxílio emergencial foram excluídas do Auxílio Brasil. Em São José, o total de pessoas excluídas do novo programa social do governo é de 33.320 pessoas. Entretanto, a situação mais grave ocorreu em Palhoça, onde 30.749 pessoas que receberam o auxílio emergencial foram excluídas do Auxílio Brasil, número que corresponde a 17,20% da população estimada da cidade (178.679 pessoas – IBGE 2021). Confira a seguir a tabela com todas as cidades da Grande Florianópolis:
Cidade | Pessoas Atendidas Auxílio Emergencial 2021 | Benefícios concedidos pelo Auxílio Brasil novembro 2021 | Pessoas excluídas |
Águas Mornas | 987 | 22 | 965 |
Alfredo Wagner | 1.727 | 280 | 1.447 |
Angelina | 858 | 116 | 742 |
Anitápolis | 564 | 145 | 419 |
Antônio Carlos | 1.268 | 137 | 1.131 |
Biguaçu | 11.167 | 1.776 | 9.391 |
Canelinha | 1.984 | 656 | 1.328 |
Florianópolis | 85.250 | 7.755 | 77.495 |
Garopaba | 5.338 | 743 | 4.595 |
Governador Celso Ramos | 2.367 | 389 | 1.978 |
Leoberto Leal | 543 | 153 | 390 |
Major Gercino | 453 | 146 | 307 |
Nova Trento | 1.365 | 210 | 1.155 |
Palhoça | 33.519 | 2.770 | 30.749 |
Paulo Lopes | 1.232 | 182 | 1.050 |
Rancho Queimado | 484 | 26 | 458 |
Santo Amaro da Imperatriz | 4.021 | 318 | 3.703 |
São Bonifácio | 446 | 63 | 383 |
São João Batista | 4.924 | 449 | 4.475 |
São José | 37.114 | 3.794 | 33.320 |
São Pedro de Alcântara | 470 | 54 | 416 |
Tijucas | 6.344 | 975 | 5.369 |
TOTAL | 202.425 | 21.159 | 181.266 |
Fonte: VISDATA (https://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/vis/dash/index.php)