Câmara Municipal de Florianópolis realiza homenagem ao Mês do Orgulho LGBTI+

Proposto pela vereadora Carla Ayres (PT), ato contou com a presença de representantes de instituições e movimentos sociais.

O plenário da Câmara Municipal de Florianópolis recebeu as cores do arco-íris na tarde da última terça-feira (31), quando foi realizada uma sessão solene em alusão ao Mês do Orgulho LGBTI+ (junho) e ao Mês da Visibilidade Lésbica (agosto). Proposição de autoria da vereadora Carla Ayres (PT), a homenagem reconheceu o trabalho desenvolvido por instituições e movimentos sociais em prol desta população. A violência contra as LGBTI+ e a carência de políticas públicas que garantam seus direitos e a dignidade, foi destaque na fala de representantes das instituições e também das vereadoras e vereadores presentes.

  Repleta de emoção, a sessão solene em homenagem ao Mês do Orgulho LGBTI+ e ao Mês da Visibilidade Lésbica é uma forma de visibilizar as pautas de uma população historicamente marginalizada em nossa sociedade. Em sua fala, a vereadora Carla Ayres destacou dados que apontam a violência sofrida pela população LGBTI+ no Brasil e em Florianópolis. “Ao longo da história, nossa existência foi tratada como perversão, como pecado e como doença. Tudo isso, dificultou e dificulta nosso acesso aos direitos, às políticas públicas e à qualidade de vida, simplesmente por existirmos. 73% dos homossexuais em idade escolar relataram sofrer preconceito em ambiente escolar e 36% deles afirmam já ter sofrido violência nestes espaços. Ao invés de nos abrirmos para uma sociedade mais plural e tolerante, vivemos situações como a que ocorreu em Criciúma, quando um professor foi demitido simplesmente por querer debater a diversidade em sala de aula”.

Carla Ayres também ressaltou o fato de sermos o país que mais mata LGBTI+ no mundo, citando dados do Observatório de Mortes Violentas de LGBTI+ no Brasil. O documento produzido pela Acontece Arte e Política LGBTI+ e pelo Grupo Gay da Bahia aponta que nos últimos 20 anos, mais de 5 mil LGBTI+ morreram de forma violenta no Brasil. “São degolamentos, esquartejamentos, apedrejamentos, empalamentos…  crimes que refletem a expressão do ódio contra nossos corpos e a nossa existência. Os dados apontam que a cada 19 horas um LGBTI+ é morto no Brasil. Portanto, o que tem que ser curado não é a nossa prática, o nosso comportamento, os nossos corpos, a nossa orientação ou a nossa identidade de gênero, mas o comportamento LGBTIfóbico de uma sociedade opressora”.

Na oportunidade, Carola Tonet, presidenta da Comissão de Direito Homoafetivo e Gênero do Instituto Brasileiro de Direito da Família, ressaltou a importância de se desenvolver políticas públicas para garantir os direitos da população LGBTI+. Carola também destacou que essas políticas somente poderão ser implementadas se os vereadores e vereadoras se tornarem aliadas da população LGBTI+ na garantia de seus direitos fundamentais.


Representando as Mães pela Diversidade Santa Catarina, Andrea Carvalho reforçou a importância da família no acolhimento da população LGBTI+ e fez questão de pontuar que “falar sobre gênero e diversidade não é uma doutrinação de crianças, como alguns insistem em dizer, mas uma forma de promover o respeito e a empatia pelo próximo. Nenhuma criança nasce com preconceitos, esse ódio é fruto de uma construção social e nós podemos ensinar as crianças a respeitar as diferenças”.

Além das Mães pela Diversidade Santa Catarina e do Instituto Brasileiro de Direito da Família, foram homenageados o Conselho Municipal de Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais de Florianópolis (CMDLGBT), a BAPHO Cultural, Instituto Brasileiro de Transmasculinidades (IBRAT) e o Movimento Grupo Gorde.

Câmara Municipal de Florianópolis realiza homenagem ao Mês do Orgulho LGBTI+
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